Polícia chegou à falsa médica após prender universitário que também se passava por médico no AM
21/05/2025
(Foto: Reprodução) Prisão do estudante ocorreu no final de abril, há menos de um mês, e as investigações subsequentes resultaram na identificação da mulher. Polícia chegou à falsa médica após prender universitário que também se passava por médico no AM.
Reprodução
A polícia localizou Sophia Livas de Morais Almeida, suspeita de atuar como falsa médica em Manaus, após prender um estudante de educação física que também exercia ilegalmente a profissão em unidades de saúde da capital do Amazonas. A prisão do estudante ocorreu no final de abril, há menos de um mês, e as investigações subsequentes resultaram na identificação da mulher.
📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
Sophia Livas foi presa na segunda-feira (20) enquanto se exercitava em uma academia de alto padrão na Zona Centro-Sul de Manaus. A abordagem foi feita pela equipe policial que investigava várias denúncias contra ela.
A prisão dela ocorreu como desdobramento de uma operação da Polícia Civil que, no dia 29 de abril, prendeu Gabriel Ketzel da Silva, estudante de educação física suspeito de atuar como falso médico em clínicas particulares, hospitais públicos e de atender crianças em situação de vulnerabilidade.
Até a última atualização desta reportagem, a defesa dos suspeitos não havia sido localizada pelo g1.
Segundo a polícia, Gabriel se apresentava como ortopedista, pediatra e clínico geral. Ele também pode estar envolvido em um esquema de cobrança, no qual médicos que deveriam estar de plantão pagavam para que o universitário os substituísse.
Áudios obtidos pelo g1 revelam negociações de plantões feitas por profissionais da saúde com o estudante de educação física. Veja no vídeo abaixo.
Falso médico que atendia crianças em situação de vulnerabilidade é preso em Manaus
Esta não foi a primeira vez que Gabriel foi preso por atuar ilegalmente em alguma área. Em 2020, ele foi preso ao se passar por um tenente do Exército.
"É o segundo caso em aproximadamente um mês. Inclusive essa operação que deflagramos no início da manhã de ontem, ela é desdobramento da operação que culminou com a prisão do primeiro falso médico. A partir de então a gente começou a receber algumas denúncias relacionadas à participação dessa suspeita nesse esquema criminoso, de atuar como médica sem ter habilitação para tanto", informou o delegado Cícero Túlio, responsável pelas investigações.
LEIA TAMBÉM
'Ela colocava pacientes em risco', diz médica que teve carimbo usado por falsa profissional
Falsa médica presa em Manaus dizia ser parente do prefeito
Falsa médica atuava em hospitais de Manaus
As investigações contra Sophia Livas começaram há cerca de um mês, a partir da operação que prendeu Gabriel. Durante o inquérito, foi descoberto que ela obteve o carimbo de uma médica com o mesmo primeiro nome no Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e passou a realizar consultas de forma independente.
O delegado Cícero Túlio explicou que ela se infiltrou em um grupo de pós-graduação entre médicos, conquistando a confiança dos profissionais, que passaram a acreditar que ela era médica. Com isso, foi convidada a participar de um programa de atendimento a crianças com cardiopatia grave.
O HUGV informou que Sophia nunca atuou como médica na unidade e não há registros de atendimentos feitos por ela. Ela foi aluna de mestrado em educação física na Universidade Federal do Amazonas e não tem mais vínculo com a instituição.
Na delegacia, Sophia negou ser médica, mas nas redes sociais se apresentava como tal e dizia ser sobrinha do prefeito de Manaus, David Almeida — informação falsa confirmada pela prefeitura.
Educadora física suspeita de atuar como falsa médica em Manaus é presa durante operação
Durante o processo, foram recebidas denúncias contra Sophia, que prestava atendimento a crianças com cardiopatias graves. Essas denúncias levaram à operação que culminou na prisão dela.
Pelo menos duas crianças autistas estão entre as vítimas. Segundo a polícia, os pais relataram que receberam receitas com medicamentos controlados emitidas por Sophia. Outros dois pacientes foram demitidos do trabalho após apresentarem atestados falsos emitidos por ela.
Ao ser presa, Sophia levou os policiais até a casa onde mora. No local, foram apreendidos jalecos, remédios, receituários do SUS e documentos médicos com nomes de profissionais reais.
"Diversos documentos, inclusive preenchidos com nomes de médicos que já tinham relatado à polícia que estavam sendo lesados, também foram encontrados na residência", disse o delegado Cícero Túlio, que coordenou a operação.
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) informou que, até o momento, não recebeu denúncia formal sobre a atuação de Sophia como falsa médica.
Vítima de falsa médica relata prejuízos e conta como descobriu fraude em Manaus
