O que se sabe e o que falta esclarecer sobre o casal paulista que tentou comprar bebê por R$ 500 no Amazonas

  • 15/07/2025
(Foto: Reprodução)
Polícia investiga possível esquema de tráfico de crianças após negociação de bebê no AM Um casal paulista foi preso em flagrante ao tentar sair de uma maternidade em Manacapuru, no interior do Amazonas, com um recém-nascido que teria sido comprado por R$ 500, por meio de um comerciante local. A Polícia Civil investiga se a negociação ilegal faz parte de uma rede de adoções clandestinas entre Amazonas e São Paulo. 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Embora tenham sido presos, o casal já foi solto e aguarda o andamento do processo em liberdade. O Tribunal de Justiça do Amazonas pediu à Corregedoria-Geral de Justiça que investigue as circunstâncias da soltura, já que o caso ainda levanta muitas dúvidas. O g1 reuniu os principais pontos para explicar o que já se sabe e o que ainda precisa ser esclarecido sobre o caso, com base nas investigações da Polícia Civil. Confira abaixo. Quem são os suspeitos e quando ocorreram as prisões? Qual a situação da mãe do bebê e o que ela disse à polícia? Quem está responsável pelo bebê? Como foi feita a negociação para a venda do recém-nascido? Há outros envolvidos e indícios de uma rede maior de adoções ilegais entre Amazonas e São Paulo? Qual o posicionamento da maternidade sobre o caso? O que dizem as defesas dos suspeitos? LEIA TAMBÉM: Casal paulista preso por tentar comprar bebê no AM já havia tentado burlar processo de adoção, aponta polícia 1️⃣ Quem são os suspeitos e quando ocorreram as prisões? As prisões ocorreram na sexta-feira (11), após a Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Manacapuru receber uma denúncia anônima por meio de um aplicativo de mensagens, que incluía a foto de um carro suspeito circulando pela cidade. Foram presos: Luiz Armando dos Santos, 40 anos – suspeito de comprar o bebê, Wesley Fabiano Lourenço, 38 anos – suspeito de comprar o bebê, José Uberlane Pinheiro de Magalhães, 47 anos – suspeito de intermediar a venda do recém-nascido. O trio é investigado por tráfico de pessoas com finalidade de adoção ilegal. O desembargador Jomar Fernandes pediu à Corregedoria que investigue a soltura do casal paulista. Até a última atualização desta reportagem, José Uberlane permanecia detido à disposição da Justiça. 2️⃣ Qual a situação da mãe do bebê e o que ela disse à polícia? A mãe do bebê, de 31 anos, também foi indiciada. Ela prestou depoimento nesta segunda-feira (14), mas a Polícia Civil ainda não divulgou o conteúdo do interrogatório. Ela deve responder ao processo em liberdade. 3️⃣ Quem está responsável pelo bebê? Após receber alta médica no domingo (13), o bebê foi acolhido por uma instituição de proteção à infância e está sob os cuidados do Conselho Tutelar. “A genitora não tem condições de permanecer com a criança. Ela já havia negociado a entrega para quitar uma dívida. Por isso, o acolhimento foi imediato”, afirmou a delegada Joyce Coelho, responsável pelo caso. 4️⃣Como foi feita a negociação para a venda do recém-nascido? O empresário José Urbelan Pinheiro de Magalhães, de 47 anos, conhecido como “Sabão” e dono de uma lanchonete em Manacapuru, foi preso como suspeito de intermediar a entrega do recém-nascido. Segundo depoimento, ele teria recebido o pagamento e repassado o valor de R$ 500 à mãe da criança, que estava endividada com um agiota. Luiz Armando e Wesley Fabiano, moradores de Ilhabela (SP), foram identificados como os compradores e presos ao visitarem o bebê no hospital. De acordo com as investigações Wesley, que se apresentava como pai, tentou incluir seu nome como genitor na documentação e aparece em fotos do parto e com o recém-nascido. Wesley Fabian Lourenço ao lado de recém-nascido que teria tentado comprar por R$500 no Amazonas. Reprodução/Redes Sociais Ele chegou a acompanhar o parto, assistiu o procedimento e recebeu a Declaração de Nascimento Vivo (DNV), documento necessário para o registro da criança em cartório. Tentou registrar o bebê, mas o sistema estava com falha e o registro não foi concluído. No momento da prisão, Wesley e o marido Luiz estavam com o enxoval do bebê, carrinho e um carro alugado. Eles estavam hospedados em um hotel desde junho, aguardando o nascimento da criança. “Inicialmente, um deles afirmou ser o pai biológico da criança, mas logo após admitiram que haviam transferido R$ 500 para José Uberlane, que os havia indicado a mulher disposta a entregar o filho logo após o parto", contou a delegada. 5️⃣ Há outros envolvidos e indícios de uma rede maior de adoções ilegais entre Amazonas e São Paulo? A Polícia Civil acredita que o grupo pode integrar um esquema mais amplo de adoções ilegais, envolvendo outras pessoas e estados. O casal de Ilhabela (SP) estava em Manacapuru desde junho, aguardando o nascimento da criança para levá-la a São Paulo. A investigação também apurou que, em São Paulo, uma mulher natural de Manacapuru, já conhecida por facilitar adoções ilegais, ajudou no processo. A identidade dela não foi divulgada pelas autoridades. "Essa moça mora em São Paulo. Ela consegue possíveis clientes para adoção ilegal", afirmou Joyce Coelho. Os celulares dos três presos foram apreendidos, e a quebra de sigilo será solicitada para identificar outros possíveis envolvidos. Segundo a delegada Joyce Coelho, o objetivo é responsabilizar todos os participantes conforme a lei. Outro ponto que chama a atenção da polícia é a suspeita de que o casal paulista já tenha levado outra criança em uma ocasião anterior, embora isso ainda não tenha sido confirmado. Além disso, eles tiveram um processo de adoção arquivado por falta de documentação e tentativa de fraude. 6️⃣ Qual o posicionamento da maternidade sobre o caso? Em nota, a Prefeitura de Manacapuru informou que o Hospital Geral e a Maternidade Cecília Cabral estão colaborando integralmente com a Polícia Civil e o Conselho Tutelar nas investigações. Segundo a nota, a maternidade recebeu alertas com informações sobre os suspeitos e repassou dados e imagens às autoridades após identificar atitudes suspeitas durante o atendimento, que incluiu o acompanhamento da gestante e o parto, realizado normalmente. 7️⃣ O que dizem as defesas dos suspeitos? Em nota, o advogado do casal paulista, Rafael Duarte, afirmou que os dois negam envolvimento na tentativa de compra do recém-nascido e estão colaborando com as autoridades no processo legal. “Os acusados têm endereço fixo, exercem ocupações lícitas e estão colaborando integralmente com a Justiça. Merecem, portanto, o respeito à presunção de inocência, princípio fundamental do Estado Democrático de Direito, garantido pela Constituição Federal e por tratados internacionais assinados pelo Brasil”, declarou a defesa. A defesa de José Uberlane Pinheiro de Magalhães, apontado como intermediador da entrega do bebê, informou que não vai se manifestar publicamente sobre o caso. Casal paulista é preso após tentar comprar bebê por R$ 500 no interior do Amazonas Casal paulista preso por tentar comprar bebê no Amazonas Reprodução/Redes Sociais

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/07/15/o-que-se-sabe-e-o-que-falta-esclarecer-sobre-o-casal-paulista-que-tentou-comprar-bebe-por-r-500-no-amazonas.ghtml


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