Justiça determina fim da paralisação de motoristas e cobradores de ônibus em Manaus
12/09/2025
(Foto: Reprodução) Vídeo mostra fila de ônibus em avenidas de Manaus durante paralisação dos rodoviários
A Justiça do Trabalho determinou o fim da paralisação de motoristas e cobradores de ônibus em Manaus nesta sexta-feira (12). A decisão foi tomada durante a audiência na 13ª Vara do Trabalho, após acordo que prevê o repasse de R$ 19 milhões do Governo do Amazonas ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram).
Na quinta-feira, os trabalhadores iniciaram a paralisação por volta das 13h com um protesto em frente à sede do Governo do Amazonas. Em seguida, todos os ônibus do transporte coletivo foram recolhidos para as garagens, onde permaneceram até por volta das 20h, quando voltaram a circular normalmente.
Nesta sexta (12), os trabalhadores voltaram a interditar as avenidas Leonardo Malcher, Getúlio Vargas e Floriano Peixoto, na região central.
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Durante a audiência, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, desembargador Jorge Álvaro Marques Guedes, expediu uma decisão ordenando a suspensão da greve e o retorno imediato da circulação dos ônibus.
"Determino a cessação da paralisação sob pena de se caracterizar desobediência à ordem judicial, sem prejuízo do bloqueio das contas bancárias do sindicato em 24 horas", diz trecho da decisão.
Segundo a decisão, anunciada no fim da manhã desta sexta, o valor deve ser transferido pelo governo estadual no prazo máximo de uma hora para a conta do Sinetram, que, por sua vez, fará o repasse às empresas responsáveis pelo transporte.
Em seguida, as empresas deverão efetuar o pagamento dos salários atrasados dos rodoviários em até 24 horas.
O juiz substituto Gabriel César Fernandes Coelho explicou que a audiência não tratava diretamente da greve, mas de uma ação civil pública sobre atrasos salariais.
"O objeto central dessa ação não é a greve em si. O pedido é para que não haja mais atraso salarial. Essas questões se conectam porque a paralisação acontece justamente por causa dos salários atrasados", afirmou.
O magistrado também informou que o prazo para o repasse deve ser respeitado, caso contrário, medidas judiciais serão tomadas.
"Caso não haja o repasse, será expedida uma ordem de bloqueio judicial da conta do Sinetram para que o valor seja destinado às empresas e, depois, aos trabalhadores", disse.
Paralisação de ônibus na Avenida Malcher nesta sexta-feira (12)
Michel Castro/Rede Amazônica
Sindicato garante cumprimento
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Givancir Oliveira, afirmou que a categoria vai cumprir a decisão judicial.
"O sindicato não descumpre decisão judicial. Acredito que em pouco mais de uma hora o recurso já estará na conta do Sinetram e, em seguida, os pagamentos serão feitos. A categoria não quer só isso, quer também o fim dessa humilhação e atraso que enfrentamos há anos", disse.
Ele também pediu união política para evitar novas crises no transporte público.
"Manaus não aguenta mais esse conflito. Quando governador e prefeito trabalham juntos, a cidade é feliz. Espero que essa harmonia volte", declarou em entrevista ao fim da audiência.
O assessor jurídico do sindicato, Fernando Borges de Moraes, reforçou que a greve não tinha respaldo jurídico.
"Não havia motivo para a paralisação porque já existia uma liminar proibindo a greve. Agora, com o repasse garantido, os pagamentos serão feitos ainda hoje" afirmou.
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Ônibus interditaram avenidas
Imagens produzidas pela Rede Amazônica mostram dezenas de ônibus enfileirados nas avenidas Getúlio Vargas e Floriano Peixoto durante a paralisação desta sexta. Veja no início da matéria.
Até a atualização mais recente desta reportagem, não há informação sobre a quantidade de linhas e pessoas afetadas.
A interrupção surpreendeu passageiros que foram obrigados a descer dos coletivos poucas horas após as operações terem iniciado normalmente nesta sexta-feira.
Na Avenida Leonardo Malcher, um ônibus foi depredado e teve a janela quebrada. Segundo apurado pela Rede Amazônica, a depredação foi causada por uma pessoa que se revoltou devido à interrupção do serviço.
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