Francisco: o papa que olhou para a Amazônia e seus ribeirinhos

  • 21/04/2025
(Foto: Reprodução)
Papa, que morreu nesta segunda-feira (21), ficou conhecido pelo apelo à preservação do bioma e foi uma das vozes mais ativas contra o desmatamento ilegal na região. Papa Francisco durante sermão na missa de abertura do Sínodo da Amazônia, no Vaticano. Tiziana Fabi/AFP "O nosso sonho é de uma Amazônia que integre e promova todos os seus habitantes, para poderem consolidar o bem viver. Mas impõe-se um grito profético e um árduo empenho em prol dos mais pobres." É assim que o papa Francisco começou a exortação Querida Amazônia, escrita por ele após o Sínodo para a Amazônia em 2019. O pontífice, que morreu nesta segunda-feira (21), ficou conhecido pelo apelo à preservação do bioma e foi uma das vozes mais ativas contra o desmatamento ilegal na região. Jorge Mario Bergoglio morreu às 2h35 pelo horário de Brasília (7h35 no horário local), desta segunda-feira. As informações foram confirmadas pelo Vaticano. O pontífice ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos. Em 2017, quatro anos após o início do seu pontificado, Francisco impressionou fiéis do mundo inteiro ao convocar, pela primeira vez, um sínodo dedicado à Amazônia. O encontro aconteceu em Roma dois anos depois e reuniu representantes de todos os países da Amazônia Legal, incluindo bispos, padres e religiosos da Amazônia Brasileira. Papa Francisco com os participantes da assembleia especial do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia Divulgação/Vatican News Ao g1, o padre Amarildo Luciano, reitor do Santuário Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, e um dos convidados a participar do Sínodo, descreveu o encontro com o pontífice. "Durante a assembleia, o papa se fazia presente e escutava com atenção todas as intervenções. Ele próprio confirma na introdução da exortação "Querida Amazônia": "Ouvi as intervenções ao longo do Sínodo e li, com interesse, as contribuições dos Círculos Menores" (QA, 2). Ele esteve no Peru. Aliás, foi durante a sua estada na Amazônia que ele indicou a sua intenção de convocar o sínodo. Gostaríamos muito que ele tivesse visitado a parte da Amazônia brasileira, mas infelizmente isso não aconteceu, por diversos fatores". O religioso destacou a preocupação do papa com os ribeirinhos. Segundo ele, o líder da Igreja Católica se importava não apenas com a região, mas com a qualidade de vida dos povos que habitam o bioma. "Outros papas, é claro, já tinham demonstrado atenção para com a nossa região. O papa Paulo VI afirmou que “Cristo aponta para a Amazônia”. O papa João Paulo II esteve nos visitando, inclusive. Mas o papa Francisco demonstrou especial preocupação com a qualidade de vida dos povos que vivem na Amazônia: os povos originários e os ribeirinhos", descreveu. "O Papa Francisco nos despertou ainda mais para o compromisso que devemos ter com essa região rica e de pessoas pobres. E nos convida a estarmos próximos às populações mais vulneráveis", continuou. Papa Francisco durante o Sínodo da Amazônia, no Vaticano Remo Casilli/Reuters Para o padre, o papa também convocou toda a Igreja a refletir sobre a ecologia integral e como ela impacta a evangelização. Ainda de acordo com ele, o pontífice desejava abrir mais espaço dentro da Igreja para todos os cristãos batizados, inclusive as mulheres. "Eu diria que participar do sínodo foi uma oportunidade de entender como o Papa compreende a Igreja como povo de Deus. Não podemos compreender a Igreja somente a partir da hierarquia. A Igreja são todos os fiéis batizados". Primeiro cardeal da Amazônia Dom Leonardo Steiner durante ida ao Vaticano em 27 de agosto de 2022 Remo Casilli/REUTERS A atenção de Francisco pela Amazônia foi tão grande que, em agosto de 2022, ele nomeou o arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner, como o primeiro cardeal da Amazônia Brasileira. Na época, logo após o anúncio, Steiner afirmou que o papa estava preocupado com o desmatamento, com as ameaças às culturas indígenas e com a poluição dos rios causada pelo uso de mercúrio em garimpos ilegais na região. "A nomeação de um cardeal da Amazônia mostra o desejo do papa de aproximar a Igreja da Amazônia", disse Steiner. Papa Francisco Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto. À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu. "O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja. Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados. Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino", diz comunicado oficial emitido pela Santa Sé. Francisco se recuperava de uma pneumonia nos pulmões após ficar internado por cerca de 40 dias.

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/04/21/francisco-o-papa-que-olhou-para-a-amazonia-e-seus-ribeirinhos.ghtml


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