Em greve, petroleiros fazem ato no aeroporto de Manaus e não embarcam para base de Urucu
17/12/2025
(Foto: Reprodução) Em greve, petroleiros de Urucu fazem ato no aeroporto de Manaus
Trabalhadores da Petrobras que embarcariam para a Província Petrolífera de Urucu, no interior do Amazonas, realizaram um ato, nesta quarta-feira (17), no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, e não embarcaram para a viagem. A mobilização faz parte da greve nacional dos petroleiros contra a proposta da Petrobras para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Segundo o Sindicato dos Petroleiros da Amazônia (Sindpetro Amazônia), a greve teve adesão de 100% dos profissionais de operação e manutenção da região de Urucu, que viajariam nesta quarta.
A Província Petrolífera de Urucu é um campo de petróleo e gás natural brasileiro situado no município de Coari. Segundo a Petrobras, trata-se da maior reserva provada terrestre de petróleo e gás natural do Brasil.
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Após o protesto no aeroporto, os grevistas seguiram para a sede da Petrobras em Manaus, localizada na avenida Darcy Vargas, no bairro Parque 10, onde pretendem dar continuidade às manifestações.
A paralisação começou, na segunda-feira (15), após semanas de assembleias e da rejeição de uma segunda contraproposta apresentada pela empresa para o ACT. O movimento é por tempo indeterminado e teve início em plataformas e refinarias das regiões Sul e Sudeste do país.
No Amazonas, a adesão foi confirmada pelo Sindicato dos Petroleiros da Amazônia (Sindipetro Amazônia). De acordo com o representante da entidade, Bruno Terribas, os trabalhadores de Urucu aderiram a greve em alinhamento com a mobilização nacional.
"Os trabalhadores e as trabalhadoras da província petrolífera de Urucu, no Amazonas, iniciaram, junto com toda a categoria petroleira em nível nacional, uma greve geral por tempo indeterminado em defesa de um acordo coletivo de trabalho que valorize a produtividade apresentada no último período", afirmou.
Em greve, petroleiros de Urucu fazem ato no aeroporto de Manaus e seguem para sede da Petrobras
Divulgação/Sindipetro Amazônia
Principais reivindicações
Segundo o sindicato, além do acordo coletivo, a pauta busca barrar mudanças propostas pela empresa no plano de saúde e no plano de previdência, especialmente para trabalhadores aposentados.
Ainda conforme a entidade, caso a greve continue, a Petrobras pode enfrentar dificuldades para realizar o revezamento das equipes que atuam na base de Urucu.
Em nota, a Petrobras informou que registrou manifestações em suas unidades desde segunda-feira (15), mas que não houve impacto na produção. A empresa afirmou que o abastecimento segue garantido e que equipes de contingência foram mobilizadas onde necessário. A estatal disse ainda que respeita o direito de manifestação e permanece aberta ao diálogo com os sindicatos.
Negociações
Segundo comunicado da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que representa os sindicatos dos trabalhadores da Petrobras em todo o país, a proposta apresentada pela companhia não avançou em três pontos centrais da negociação:
Fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que promove descontos extras na remuneração de trabalhadores, aposentados e pensionistas para cobrir déficits do fundo de previdência da Petrobras;
Aprimoramentos no plano de cargos e salários e garantias contra mecanismos de ajuste fiscal;
Defesa de um modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da estatal: barrar o avanço de parcerias e terceirizações que, na avaliação dos sindicatos, “precarizam o trabalho” e abrem caminho para privatizações.
“A categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”, afirmou a FUP em nota. “A greve aprovada nas assembleias é por um ACT forte, que recupere direitos perdidos, garanta condições decentes de trabalho e resolva de forma definitiva os equacionamentos da Petros.”