Corpo de bebê morto durante cirurgia em maternidade no AM é exumado para investigação
11/12/2025
(Foto: Reprodução) Pedro Henrique Facão
Divulgação
O corpo do bebê Pedro Henrique Falcão, de 1 ano e 7 meses, morto durante uma cirurgia, foi exumado nesta quinta-feira (11) para novas investigações após pedido da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM). A mãe, Stefany Falcão Lima, afirma que o óbito ocorreu após um erro na dosagem de anestesia no procedimento realizado na maternidade do Hospital Municipal Eraldo Neves Falcão, em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas.
Segundo Stefany, ela presenciou todo o procedimento e relatou que, após a sedação inicial não surtir efeito, o anestesiologista Orlando Calendo Ignacio Astampo aumentou a dosagem dos medicamentos. O bebê apresentou queda na saturação, piorou rapidamente e morreu em seguida. A morte foi registrada no dia 11 de novembro.
O g1 tenta contato com a defesa de Orlando.
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O delegado Valdinei Silva, do 37º Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Presidente Figueiredo, destacou que o pedido foi feito pois não houve a perícia no corpo da criança e o hospital também não informou o óbito de Pedro Henrique para a polícia.
"A gente tá fazendo as oitivas no decorrer dessa semana das pessoas e da família. Também foi requisitada essa exumação para que se possa fazer um exame mais detalhado. A gente solicitou uma urgência e será feito perícia para colher mais provas", explicou o delegado.
Para a advogada da família de Pedro Henrique, Doracy Queiroz de Oliveira Neta, a exumação é importante para colher as provas necessárias para dar agilidade ao inquérito.
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O caso
A mãe relatou que a criança foi levada inicialmente à Unidade Básica de Saúde (UBS) com dores no ouvido. Durante os exames, o pediatra identificou que o bebê tinha fimose.
Dias depois, a criança retornou à UBS e foi encaminhada ao hospital, onde passou por avaliação e seguiu para cirurgia.
Stefany também afirma que o anestesiologista iniciou a intubação sem ventilação adequada e não pediu ajuda imediatamente.
"Ao notar que a saturação e os sinais vitais de meu filho estavam caindo progressivamente, e percebendo a inércia do anestesiologista em buscar ajuda adequada, eu mesma pedi para a enfermeira do centro cirúrgico chamar o pediatra da unidade. O anestesiologista não pediu ajuda de forma proativa", disse.
Documentos obtidos com exclusividade pelo g1 apontam que o pediatra chegou à sala e iniciou manobras de reanimação. Durante o atendimento, questionou o anestesiologista sobre as medicações utilizadas, mas não obteve resposta imediata. O profissional também registrou que a sala não estava preparada para atender pacientes pediátricos.
O diretor clínico da unidade, Daniel Mota, confirmou que o anestesiologista começou a atuar no hospital entre 2020 e 2021, após processo seletivo. Segundo ele, o médico pediu exoneração depois do caso.
"A nossa função é dar todos os esclarecimentos possíveis. Inclusive a mãe já tem acesso a prontuários, à documentação, a relatórios da equipe que participou do procedimento do paciente. Foi uma decisão dele em pedir exoneração. A gente já tem outro anestesista na unidade. Segundo ele, não tinha mais condições, até mesmo psicológicas, de continuar na unidade e ele mesmo pediu a exoneração", explicou.
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